Prédio construído no início do século XX pela Cia. Matte Larangeira, colonizadora do município de Guaíra, funcionou como sede administrativa da Cia já no início da segunda década de 1900. Edificado pelo americano Wilson Sidwell, que projetou o bairro de Vila Velha já com rede de esgoto (fato notável para a época), o prédio tem estilo inglês e mais de 100 anos. 

Em 1944, o presidente Getúlio Vargas veio a Guaíra conhecer o trabalho da Matte Larangeira, cujas terras arrendadas compreendiam boa parte do estado de Mato Grosso do Sul e também nesta região Oeste do Paraná. Vargas, um nacionalista, não gostou do que viu. Por aqui não se falava português e a empresa operava como um Estado dentro do Estado. Tão logo chega ao Rio de Janeiro, Getúlio promove a nacionalização dos bens da empresa, incluindo a linha férrea que ligava Guaíra a Porto Mendes. Ele cria, então, o Serviço Nacional da Bacia do Prata, uma autarquia federal. A sigla SNBP, grafada na única locomotiva exposta como memória da ferrovia guairense, e também na porta de entrada do Museu, refere-se à autarquia getulista. 

Com a encampação, os funcionários da Matte passam então a ser servidores federais. Posteriormente, Juscelino Kubitschek extingue a autarquia e remaneja os servidores para outros órgãos federais. 

Patrimônio municipal, o prédio também serviu de sede para o antigo INPS (atual INSS). Após um bom tempo abandonado, a edificação foi restaurada em 2007 para abrigar o Museu Municipal Sete Quedas, cujo acervo conta a rica história de Guaíra. Abriga artefatos indígenas centenários, animais taxidermizados, fotos de época e também utensílios da Matte Larangeira. Além do prédio em si, no Museu se encontra a Cruz de Caravaggio, símbolo de ferro encontrado no sítio arqueológico de Ciudad Real del Guahyrá e que tem mais de 500 anos. 




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