Como uma história triste ou simplesmente uma lenda pode se transformar em um ato de fé? É simples, basta as pessoas acreditarem. Eu vou narrar um fato, se é real ou lenda, eu não sei mas você tem a liberdade de tirar suas conclusões. Eu apenas narro os fatos.


Na pequena Ilha de São Francisco, nome dado pelo ex-padre franciscano, Antônio Augusto Sobrinho, conhecido por “Frei Pacífico”. Há uma figueira branca, alta e robusta de aproximadamente 500 anos. Uma árvore que remete para uma história impressionante. Não apenas pela sua idade ou tamanho, mas, causa de um episódio ocorrido entre um pescador e sua mulher. Segundo relato de moradores daquela região. Um pescador que residia na referida ilha, numa tarde saiu para iscar seus espinheis e disse a sua esposa que o aguardasse, pois o mesmo traria o peixe para a janta. O marido se foi e nunca mais retornou. Não se sabe o que houve. A mulher sentou-se no tronco da figueira e ali permaneceu até morrer. Depois de sua morte, as pessoas vez por outra, viam uma mulher no tronco da figueira e quando se aproximavam a mulher sumia. Um certo dia, uma moça que foi conhecer a ilha ouviu a história e abraçou aquela árvore e pediu que não queria morrer solteira e/ou abandonada pelo marido. Passado algum tempo, aquela moça arrumou um namorado e casou-se, logo atribuiu o namoro e o casamento ao “pedido com fé” que fez ao abraçar a figueira.

A partir de então, várias moças foram a ilha de São Francisco para abraçar a figueira e fazer o seu pedido. E segundo elas, “deu certo”.

Como foi o caso da jovem senhora, Cintia Marques da Silva Rosset, que atualmente tem 41 anos e diz: “Sou mãe de dois filhos, uma menina de 8 anos e um menino de 1 ano e 10 meses. Sempre tive longos namoros, e cheguei até a viver junto com o pai da minha filha por 5 anos, mas o ato de casar, de viver essa experiência inesquecível, a qual eu sonhava desde criança, não dava certo”.

E quando começou a namorar seu futuro marido, à época. “Ele nem pensava em casar, aliás, era assunto chato isso”.  Cintia continua dizendo: “Pensei! será que de novo não terei meu sonho realizado?”

Em abril de 2019 ela e o namorado iniciaram a vida conjugal; e em 5 de junho de 2019, em uma visita a ilha São Francisco, no Rio Paraná em Guaíra – Pr., lhe disseram que se abraçasse a figueira com fé, pensando no casamento, ela alcançaria a graça.

Cintia conta que achou “aquilo super engraçado, e minha amiga (solteira na época também); abraçamos a figueira como ato de brincadeira, claro, com fé”. E Coincidência ou não, eu fiquei grávida naqueles dias do meu segundo filho e me casei oficialmente no civil e religioso, em fevereiro deste ano”. Casou como sempre sonhou. E sua amiga que também abraçou a figueira, ela disse que “está vivendo com o namorado e ambos pretendem oficializar o casamento conforme a Lei e o rito da igreja”. Cintia conclui que se é verdade ou não que a figueira é casamenteira, ela não sabe, só sabe que tem fé e acredita que sim: “Foi aquele abraço com fé que a levou “altar” e realizar o seu sonho.  Hoje tem “uma família linda que Deus me permitiu ter”. Outras três mulheres contam também que alcançaram a “felicidade depois de abraçar a figueira com fé”. E o Frei Pacífico afirma que acompanhou alguns desses momentos de fé.

A Ilha São Francisco onde está plantada a figueira branca, foi adquirida em 1995 pelo por Antônio Augusto Sobrinho; e faz parte do arquipélago de ilhas que compõem o Parque Nacional de Ilha Grande, a cerca de 30 minutos de embarcação da sede do município de Guaíra, PR. Quem tiver interesse de conhecer a ilha, que inclusive, tem outros atrativos turísticos, pode conhecer um pouco das mais de 500 espécies de plantas exóticas plantadas por Frei Pacífico; e ainda caminhar na trilha Peabiru, nome dado pelo ex-padre franciscano em homenagem ao caminho transcontinental pré-colombiano que os índios se movimentavam entre o Oceano Pacifico e o Atlântico.

Contatos: Secretaria de Turismo de Guaíra (44 3642-9900) e/ou Reginaldo Turismo Ilha Grande. (44) 9 9862-7059


Por: Lúcio Freire dos Santos