A Praça do Japão Mitsuaki Shiomi, foi inaugurada pela administração municipal no ano de 2003 em homenagem a Colônia Japonesa de Guaíra.

Essa homenagem é bem merecida, uma vez que os japoneses e seus descendentes exerceram e exercem até hoje uma grande influência na sociedade de Guaíra.

Os primeiros imigrantes japoneses chegaram a Guaíra na década de 1910, como colonos de fazendas de café. A chegada em massa, das famílias japonesas ocorreu na década de 1940, na condição de arrendatários para o plantio do algodão. Já em meados dos anos 50, a cultura ocupava 70% da área cultivável do município, o qual passou a ostentar o cognome de “Capital do Ouro Branco”.

Na década de 50 o precursor Srº Shingiro Matsuyama, fundador da tradicional Casa Primavera, foi um corretor de imóveis e influenciou diversas famílias de origem japonesa a residir em Guaíra. Criou em 1956, o Museu 7 Quedas, onde ajudou a preservar a rica memória guairense, com destaque para o armazenamento de espécies da flora e da fauna da região e herbário que habitavam a região, taxidermizados , por Alfredo Krause. Antes da triste extinção das Sete Quedas, o museu era muito frequentado por turistas que vinham de diversas partes do mundo conhecer o seu acervo com peças datadas de aproximadamente dois mil anos. Em 1961 foi realizado um solenidade simbólica de inauguração com a presença do Governador Ney Braga.

Outro personagem de origem nipônica importante na história de Guaíra foi o Professor Doutor Goro Hashimoto, que era diretor do museu da família Matsuyama. Ele era um renomado botânico, amigo pessoal do Imperador do Japão na época. Goro Hashimoto, botânico especializado em taxonomia vegetal descobriu algumas espécies de plantas nativas raríssimas que só existiram nas extintas 7 Quedas. Goro Hashimoto nasceu em Kakegawa, na província de Shizuoka, no Japão, imigrou aos 21 anos para o Brasil e aqui encontrou sua rica e exuberante fonte de trabalho. Amante das ciências naturais e apaixonado pela diversidade da flora, idealizou a criação do CPHN - Centro de Pesquisas de História Natural, e liderou centenas de expedições e viagens de observação, coleta e identificação de plantas da imensa flora brasileira.

Em 1963 fundou-se em Guaíra a ACEG - Associação Cultural e Esportiva de Guaíra, popularmente conhecida como “Clube Japonês”, que ainda, nos dias atuais, exerce uma forte influência na cultura e esporte da cidade.

É inegável que a comunidade japonesa de Guaíra é consolidada, com uma rica e nobre história. Seus costumes ancestrais, tradições milenares, o respeito à religião, assim como todos os seus descendentes.

É por isso que no ano de 2003 em homenagem a todos os nipônicos, o município inaugurou a “Praça do Japão”, e em dezembro de 2004 por meio do Decreto municipal nº 71/2004 escolheu o nome Mitsuaki Shiomi, um dos pioneiros japoneses, para a Praça do Japão, em representação e homenagem a toda comunidade e tradição cultural japonesa do município.

Mitsuaki Shiomi nasceu em 13 de agosto 1924 no interior do Estado de São Paulo, e faleceu em Guaíra em 25 de maio de 2003, com 79 anos.

Descendente japonês de 2ª geração (nissei), chegou em Guaíra no ano de 1966, atuou como empresário na área de Cinema e o Palace Hotel, empreendimento esse que até hoje permanece na família por meio dos filhos que administram o Palace Hotel, fundado em 22 de novembro de 1965. Foi presidente da ACEG - Associação Cultural e Esportiva de Guaíra, popularmente conhecida como entidade representativa da Colônia Japonesa por 3 gestões, e contribuiu na divulgação e preservação da cultura nipônica, por meio da música, encenações teatrais típicas, danças folclóricas “Bom Odori”, e um dos grandes incentivadores da difusão do ensino da língua japonesa.

A praça é um espaço público, símbolo da cultura e da presença japonesa em Guaíra. Conta um monumento em recordação do 50º Aniversário da Colônia Japonesa no Brasil que fora construído em 1958 pelos pioneiros da Colônia Japonesa de Guaíra na área do Parque Nacional da extinta 7 Quedas. Em 1979 foi transferido para a Praça General Eurico Gaspar Dutra pela Itaipu Binacional. Em 2023 foi fixado na Praça Mitsuaki Shiomi.

Construída em uma área arborizada de 2.397 metros quadrados, conta com um prédio de 70,56 metros quadrados em madeira de 1ª qualidade, pérgula, luminárias, um Torii, portão tradicional japonês, com Ypês amarelos e rosas e um lago artificial nos moldes japoneses. O ambiente transmite tranquilidade, respeito a natureza, e a harmonia da arte japonesa.

Atualmente o prédio da biblioteca está sob posse da SMED - Secretaria Municipal de Educação, e é usado para a realização de projetos educacionais do município.